CORREIA/RAGAZZI ARQUITECTOS
Graça Correia, co-fundadora do atelier, apresentou dois projectos. O primeiro, uma habitação unifamiliar em Valadares, corresponde a um volume pousado sobre um terreno com uma ligeira pendente, aproveitada para estabelecer os diferentes pisos da casa. A estrutura do edifício em betão, pensada para proporcionar amplos espaços, é assumida tanto no exterior como no interior, estabelecendo um forte diálogo com os grandes vãos envidraçados.
O segundo projecto mostrou um conjunto habitacional no Porto, edificado num lote de grandes dimensões com diferentes frente urbanas, onde a criação de dois volumes desfasados permite proporcionar uma vasta área verde, com áreas privadas e comuns. À semelhança do primeiro projecto, o betão assume um papel preponderante a nível espacial mas também como revestimento.
DepA ARCHITECTS
Carlos Azevedo, co-fundador do atelier DepA Architects, apresentou um projecto, na sequência da obtenção do 1º lugar do concurso realizado. O projecto corresponde à execução de acessos pedonais mecanizados que permitem interligar as diferentes cotas de um percurso que liga as áreas do Palácio de Cristal, Miragaia e as Virtudes, na zona história do Porto.
As intervenções revelam uma análise e intervenção meticulosas sobre o(s) sítio(s), as suas diferentes cotas, escalas e acumulações históricas, através do cuidado na manipulação dos acessos e materiais existentes, assumindo ao mesmo tempo uma adição a estes, que a acção do Tempo tratará de unir e integrar.
JOÃO MENDES RIBEIRO
João Mendes Ribeiro apresentou dois projectos, a reabilitação das Estufas Tropicais do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra e a casa no Castanheiro, Vale Flor, ambos reveladores de uma cuidada atenção sobre o detalhe.
A reabilitação das Estufas corresponde a uma cuidada e meticulosa intervenção sobre o património, assente sobre a manutenção da essência do carácter e identidade do edifício que se caracteriza por uma delicadeza da escala e do pormenor, nomeadamente na manutenção do desenho intrincado da caixilharia, e o seu papel predominante nos espaços.
No segundo projecto, a Natureza assume um papel preponderante, através de uma árvore existente que, para além da sua manutenção, estabelece as directrizes do projecto, uma pequena e delicada casa em madeira que se acomoda em redor daquela, envolvendo-a e criando uma identidade comum.
NUNO BRANDÃO COSTA
Nuno Brandão Costa apresentou um projecto, o Terminal Intermodal de Campanhã, no Porto.
O projecto assenta sobre uma ampla intervenção urbanística, através de uma operação radical de landscaping, na qual uma acção clara e incisiva sobre o território estabelece o essencial do projecto, reabilitar uma zona profundamente caótica, através de uma operação que confere uma clareza programática e espacial a toda a área, conferindo-lhe um carácter ecológico.
A estratégia de localização do programa do Terminal Intermodal abaixo do solo permite estabelecer à superfície uma área pública ajardinada, um “bosque” separado da zona ferroviária pela criação de um muro, um traço incisivo e gerador, que ao mesmo tempo permite cerzir diferentes pontos da cidade, através de um percurso pedonal que assenta sobre o edifício e se estende pelo território.
PAULA SANTOS
Paula Santos apresentou quatro projectos.
O primeiro, o colégio Efanor - polo II, edifício cuja planta sinuosa se adapta de forma natural à topografia, e cujo interior estabelece uma forte relação com o espaço verde envolvente, incluindo ainda elementos com desenho lúdico, numa assumida influência de Aldo Van Eyck e Herman Hertzberger.
O Presbitério do Recinto de Oração, em Fátima, uma imensa pala que proporciona protecção, apoiada sobre um núcleo estrutural com programa, projecto complementado pelas peças escultóricas desenhadas por João Mendes Ribeiro e Fernanda Fragateiro.
O Arquivo Histórico Municipal, em Cascais, reabilitação da histórica casa Sommer, complementada por um volume paralelepipédico “cego”, contrastando com as fachadas do existente. E finalmente, o pavilhão Rádio Estação, edifício temporário (que vai ganhando carácter perene), desenhado para conviver com uma árvore existente, complementado por elementos de mobiliário urbano realizados a partir do remanescente de uma árvore abatida, transformada em bancos com carácter lúdico.
MENOS É MAIS ARQUITECTOS
Cristina Guedes apresentou o projecto de reabilitação do edifício “A Nacional”, do Arquitecto Marques da Silva, no Porto, assente na conversão do programa original de escritórios, para habitação multifamiliar.
A reabilitação do essencial da identidade do histórico edifício do início do séc. XX, que possui um carácter complexo ao nível das plantas e detalhes, apresentou profundas dificuldades e desafios, pela transformação programática, mas também pela actual regulamentação, a nível de segurança, térmica e acústica, bastante restritivas. A intervenção dos arquitectos pautou-se pela introdução de elementos “soltos” nas plantas, permitindo estabelecer em prumada as necessárias instalações, e pela manutenção e/ou replicação dos pormenores e materiais existentes, numa meticulosa operação de atenção ao detalhe.
DIOGO AGUIAR STUDIO
Diogo Aguiar apresentou seis projectos, de diferentes escalas, nos quais, à excepção de uma instalação pública (Círculo Azul), predominam a madeira e/ou o betão, como materiais estruturais e de revestimento, assumindo e tomando partido da sua disposição, métrica e “temperatura" nos espaços. À excepção do primeiro projecto (Pavilion House), no qual se toma partido da reabilitação de um volume existente, os restantes correspondem a edifícios ou elementos novos e isolados, para habitação (House Over The Hills e Five pátios for one House), pavilhão temporário (Garden Art Pavilion) e adega, este assumindo uma estrutura reticulada, onde espaços abertos e semi-cobertos estabelecem jogos de luz e sombra.