JORNADA DATA CENTERS LISBOA 5 NOVIEMBRE 2025
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CONSTRUÇÃO DATA CENTERS – LISBOA, 12 novembro 2025

O Grupo Vía realizou no Lumen Hotel a primeira edição do evento “Construção de Data Centers  Lisboa”, com o apoio de TARKETT, KIDDE GLOBAL SOLUTIONS e ZUMTOBEL. A sessão, que reuniu mais de 130 profissionais, permitiu analisar o momento decisivo que o setor atravessa num país que se afirma cada vez mais como destino estratégico para a instalação de infraestruturas digitais.

A jornada contou com intervenções de Lourenço Sousa Coutinho da CBRE, João Rocha da QUADRANTE, Pedro Malheiro da LMSI ENGINEERING, Guillem Richard da PGI DATA CENTERS, Gonçalo M. Santos da ARX PORTUGAL ARQUITECTOS e Duarte Pape da PARALELO ZERO ARQUITECTURA, numa sessão moderada pelo Arquiteto Pedro Duarte Bento. As diferentes intervenções ofereceram uma perspetiva transversal sobre conectividade, engenharia, sustentabilidade, arquitetura e planeamento urbano.

 

Localização

The Lumen Hotel
Lisboa
12, Novembro 15:30h
IRUN3088
PGI DC ColorPNG
Guillem Richard
Sustainability Consultant
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Duarte Pape
Founding Partner
João Rocha
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João Rocha
Client Manager - Global Projects - Data Centers
Lourenço Sousa Coutinho
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Lourenço Sousa Coutinho
Associate Director
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ARX Portugal Arquitectos
Gonçalo M Santos
Departamento Projeto | Design Department
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Pedro Malheiro
CEO
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Pedro Duarte
Moderador

O encontro permitiu traçar uma visão completa sobre o momento que Portugal vive no setor dos data centers, reunindo perspetivas de mercado, engenharia, sustentabilidade, energia e arquitetura. Ao longo da sessão destacou-se a combinação entre potencial estratégico, desafios de infraestrutura e a necessidade de abordagens multidisciplinares que garantam projetos mais eficientes, sustentáveis e integrados no território.

Na sua apresentação, Lourenço Sousa Coutinho (CBRE), salientou que Portugal reúne um conjunto de fatores que o posicionam como o próximo hub europeu de data centers: um posicionamento geo-estratégico que o torna ponto de interligação entre a Europa, as Américas, África e Ásia; uma conectividade internacional muito robusta, com cerca de 19 cabos submarinos previstos até final de 2026, ligando a costa portuguesa a cinco continentes e a cerca de 60 países; e uma infraestrutura terrestre de fibra ótica capaz de assegurar ligações de baixa latência para o resto da Europa. Referiu também que os pedidos de ligação para novos projetos já excedem largamente a capacidade atualmente disponível na rede elétrica, sublinhando a necessidade de criar mecanismos de planeamento, previsibilidade e de controlo da especulação no setor.

João Rocha (QUADRANTE)
destacou que os data centers são uma continuação natural do trabalho da empresa em infraestruturas críticas e que estes projetos exigem uma abordagem verdadeiramente multidisciplinar. Referiu que o mercado em Portugal, Espanha e Brasil está a crescer perto de 15% ao ano, mas que a energia se tornou o principal limite ao desenvolvimento: existem cerca de 26,5 GW pedidos por investidores, muito acima do pico de consumo nacional, o que obriga a reforçar a rede e a repensar soluções como geração local e armazenamento. Sublinhou ainda que a evolução tecnológica, sobretudo impulsionada pela inteligência artificial, está a aumentar significativamente as densidades e a pressão sobre o cooling, tornando essencial integrar engenharia, energia, arquitetura, sustentabilidade e licenciamento desde o início

Pedro Malheiro (LMSI ENGINEERING) destacou que Portugal tem já muitos anos de experiência no desenvolvimento de data centers, embora tradicionalmente com projetos de menor dimensão, e que a nova vaga de investimentos coloca o país perante níveis muito superiores de potência, densidade e complexidade técnica. Enfatizou que as empresas de engenharia portuguesas devem ser encaradas como parceiras estratégicas, capazes de criar valor local, desenvolver competências alinhadas com padrões internacionais e contribuir para um ecossistema mais forte, apoiado na partilha de conhecimento e na atuação de entidades como a Portugal DC.

Guillem Richard (PGI DATA CENTERS) explicou que entre 2 a 3% das emissões globais de gases com efeito de estufa estão associadas aos data centers e que, perante o crescimento acelerado da digitalização e da inteligência artificial, o setor enfrenta uma pressão crescente em energia e carbono. Defendeu que a descarbonização só é eficaz quando integrada desde as fases iniciais de conceção, através de metodologias de análise de ciclo de vida, escolha de materiais de baixo carbono, otimização do desenho e integração de energia renovável. Sublinhou ainda que regulamentos europeus cada vez mais exigentes — como a UE Taxonomy, a CSRD e diretivas de eficiência energética — estão a tornar obrigatório medir, reduzir e justificar emissões reais ao longo do ciclo de vida dos projetos.

Gonçalo M. Santos (ARX PORTUGAL ARQUITECTOS) apresentou o caso do data center de Sines, sublinhando o papel estratégico do projeto para posicionar Portugal como um polo global. Explicou que Sines oferece terreno disponível, elevada conetividade internacional, energia 100% renovável e soluções de arrefecimento extremamente eficientes baseadas no reaproveitamento de água do mar. Destacou ainda a importância da integração no território e da criação de espaços verdes e ecossistemas recriados, bem como a necessidade de soluções flexíveis e preparadas para a evolução tecnológica, incluindo novos requisitos associados à inteligência artificial.

Duarte Pape (PARALELO ZERO) sublinhou que, embora o setor fale sobretudo de potência, racks, energia e investimento, discute-se muito menos o contributo dos data centers para a cidade e para o território. Defendeu que a arquitetura deve trazer uma visão mais ampla, capaz de integrar estas infraestruturas no contexto urbano e territorial, explorar sinergias económicas e ambientais e antecipar a rápida evolução tecnológica. Realçou ainda a importância de soluções adaptáveis e flexíveis, que evitem a criação de edifícios demasiado rígidos ou rapidamente obsoletos, e frisou que a arquitetura tem um papel central na síntese entre técnica, funcionalidade e impacto a longo prazo.

O evento terminou com um debate moderado por o Arquitecto Pedro Duarte Bento, onde se reforçou a importância da colaboração entre promotores, projetistas, operadores, municípios e reguladores para que Portugal possa consolidar a sua posição num setor estratégico e em plena transformação.

15h30 Receção dos participantes

16h00 Abertura do evento pelo Arquitecto Pedro Duarte Bento.

16h05 Luís Silva, Director Técnico. TARKETT

16h10 Jose Manuel Mesquita Marques. Business Development Manager – Fire Iberia. KIDDE GLOBAL SOLUTIONS

16h15 Paulo Gonçalves, Regional Manager em Portugal. ZUMTOBEL

16h20 Lourenço Sousa Coutinho, Associate Director. CBRE

16h35 João Rocha, Client Manager - Global Projects - Data Centers. QUADRANTE

16h50 Pedro Malheiro, CEO. LMSI ENGINEERING

17h05 Guillem Richard, Sustainability Consultant. PGI DATA CENTERS 

17h20 Gonçalo M Santos. Departamento Projeto | Design DepartmentARX PORTUGAL ARQUITECTOS

17h35 Duarte Pape. Founding Partner. PARALELO ZERO ARQUITECTURA

17h50 Debate Final moderado pelo Arquitecto Pedro Duarte

18h40 Cocktail de encerramento

19h30 Fim do evento

 

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